9.11.21

Da provável monotonia cheia de surpresas

Agora que já sabemos que vamos a votos a 30 de Janeiro, podemos preparar-nos para três meses de sondagens, comentários, cenarizações, casos, casinhos e quejandos. Pode ser aborrecido, mas antes isto que uma tragédia tipo pandemia ou catástrofe natural.

E Fevereiro, para além do Carnaval cíclico a terminar um mês e iniciar outro, trará inevitáveis danças de cadeiras, num swing mais ou menos enérgico, dependendo dos resultados do primeiro dia 30 de 2022. Se o ano fosse bissexto até se arrumava tudo, Carnaval incluído, no mesmo mês. Assim sendo, com a Primavera talvez chegue alguma paz ao Governo da Nação. Não parece mau ritmo e espero que traga boas coisas ao futuro próximo. Para isso, julgo que a monotonia temática ganhará com algumas sacudidelas próprias das ondas de choque de umas eleições provocadas por uma crise política e não apenas pelo voltar da página do calendário.

Para já, o que eu gostava mesmo é que todos os entendimentos necessários, dando-se o caso de os portugueses não quererem um único grande Partido a governar e mantenham votos em Partidos até agora minoritários, sejam mesmo é comprometimentos. E para tal não bastará um ou vários acordos assinados: é assumirem pastas e entenderem-se entre ministérios, tão bem como se entendem os ministérios de uma só cor.

E que não se pense que a proposta desta opinião alivia a vida a qualquer um dos dois grandes Partidos. Cada um deles vai ter de se pensar e pensar muito bem as alianças que fará. Que não se pense que confiar em radicais é bom, para qualquer lado que penda. Que se pense sobretudo muito bem, antes de querer chegar ao microfone mais depressa e falar mais alto. O microfone é um isco tramado e a memória das gravações, quando dá jeito, pode ser tão perigosa como a falta dela.