12.11.19

Não há webfesta como esta!


Terminou mais uma web summit e, também mais uma vez, houve quem procurasse desmerecer o evento. Confesso que não percebo este espírito de implicar com o que é, ou até mesmo que ainda só possa vir a ser, bom para o país. Consigo entender por parte de indivíduos, em conversa de café, embirrações geracionais com certas “modernices”. Até as que, elevando o tom ao apocalíptico anúncio do Armagedeão, nas entrelinhas podem servir para arrefecer exaltações precoces que, no lado oposto, endeusam certas figuras e veneram outras tantas práticas, inquestionavelmente.

A web summit começou por ameaçar a paz dos lisboetas, ao alvitrar-se que iria lançar a confusão na cidade. Estive por lá, na cidade, desta vez, e só a notei com cuidados redobrados em informação pública, o que até me beneficiou, a mim que não fui à festa. Quando da edição em que se lançou o programa de voluntariado, conheci jovens que o aproveitaram (sim, isso mesmo, aproveitaram) e estou em crer que lhes abriu horizontes vários. Um dos quais precisamente a tal relativização sobre este mundo ser “do outro mundo” e se reger pelas mesmas regras que todos temos vindo a construir, há umas décadas, para irmos vivendo mais confortavelmente.

O voluntariado não é uma solução óptima para a realização profissional de jovens, não senhor. Nem me parece que o queira ser. Também não me parece que seja a solução desejável para uma empresa que queira ter sucesso. A menos que a empresa, instituição ou associação de índoles várias, dependa de pessoas que não se empenhem por forma a obter dividendos directos do seu funcionamento, mas que só indirectamente se sintam beneficiados e se predisponham a colaborar pontualmente. Sem vínculos ou comprometimento mais sério, como um contrato de trabalho deve ser. Um risco calculado, imagino. Confundir o voluntariado com isto, em qualquer das perspectivas, e reclamar com a sua existência resistindo ao seu sucesso é de quem ou não aprendeu nada com as novas gerações, ou de quem acha que certas festas partidárias não são simultaneamente ócio e negócio, para uns e/ou para outros. Era bom que tratassem estas questões sem tentarem enfiar-nos olhos dentro falsos moralismos sociais.