22.7.13

Crónicas-parágrafo do estio 2013

2.
É sempre desarmante quando os nossos preconceitos, mesmo os que temos contra vontade, caiem por terra. Às vezes desarmam-nos aliviando-nos, outras deixando-nos sem chão. Em temporadas eleitorais e propagandísticas foram-se habituando os cidadãos a promessas. Pagas antes da urna algumas, adiadas para sabe-se lá quando outras. Ora esta temporada está a ser sui generis. Quem quer tomar o poder fecha-se em copas e, a par da lupa que põe nos defeitos, faz carreirinhas seguras na onda da crise. Quem está no poder (alguns pelo menos) e consciente da crise, em vez do favorzinho que muitos procuram, vai dando explicações de como funcionam as coisas que dão origem a que certos problemas, e às vezes só esses, possam ser resolvidos e por quem. E que só quando puderem ser resolvidos é que serão. Quando não são, não é por falta de vontade. Quando são é porque tinham de ser e não por especial favor. Dramático, para quem em vez da solução a pronto que o poder da chantagem parece ter, tem de esperar e contentar-se com informação (eu cá mesmo que não me resolvam os meus problemas, como os de saúde por exemplo, fico sempre mais aliviada quando me explicam o porquê das coisas e como com elas conviver e sinto-me logo melhor!). É muito aborrecido lidar com a desilusão… foi o que me aconteceu quando comecei a lidar, politicamente, com alguns alinhados em forças ideológicas de que, liricamente, eu tinha uma visão tão bonita…