15.7.13

Crónicas-parágrafo do estio 2013

1.
Este verão vai ser-me diferente. Sem férias, com sete pelouros a cargo, numa cidade cujos habitantes se dividem, ou melhor “trividem, entre os que, à semelhança do que fazem em suas casas fazem fora delas e querem a cidade limpa e com bom ambiente, e são tantos; os que só se preocupam com o que é seu e não percebem que o que é de todos é também deles e, por isso, atiram o lixo dos seus bolsos para o meio da rua ou levam o seu cachorro a fazer as necessidades à porta dos outros, até quando essa porta é uma das da Cidade; e os outros, poucos mas com muito estardalhaço e dolo para o bem público, que numa noite dão cabo de vários aspersores de rega, estragam dezenas de tampas de caixotes de lixo, arrancam sinais de trânsito, desalinham pedras de calçada e ainda penduram dichotes quando as grades que alertam para que, como diz o código da estrada, o condutor adapte a sua condução ao estado da via, cumprem essa mesma função. É assim um verão pré-eleitoral em Évora, com a sombra do passado retrógrado (olha, lembrei-me do Voldemor e dos Devoradores da Morte do Harry Potter que li de atacado aqui há uns valentes verões atrás!) a querer tapar o Sol quente que nos dá a conhecer, Évora e o Alentejo, ao Mundo. Viva o Sol!