1.3.13

Março 2013, mês da juventude em Évora. Discurso de lançamento do programa.

«Boa tarde a todas e a todos, permitam-me os convidados e convidadas, a quem muito agradeço a presença, que o meu discurso de hoje seja dirigido em exclusivo aos jovens.

Dou-vos as boas vindas pelo quarto ano consecutivo, ao mês da juventude, o vosso mês. Lembro-me das minhas primeiras boas vindas, num Salão Nobre cheio, com a chegada dos suados concorrentes do peddy paper que então organizámos. Agradeço-vos muito sinceramente e do fundo do coração o facto de terem sempre correspondido a estes convites e a esta participação. E sei, reconhecendo-o sempre que posso, também publicamente, o quanto é importante e visível o empenho dos serviços e dos técnicos e funcionários do município quando propõem e preparam e organizam e dinamizam e dão tanto de si, em particular neste mês, aos jovens que são de Évora ou que estão em Évora. Aproveito, já agora, para agradecer às estagiárias que estão presentemente a trabalhar no Ponto Jovem a preciosa colaboração que não só estão a dar, como chamá-las à atenção para a oportunidade que estão a ter em poder trabalhar quer com a Dra. Luísa Policarpo, quer com a Maria, quer, mais recentemente, com o Sr. Henrique Oliveira. Imagino, e todos os jovens que por lá passam sabem bem, que devem andar “num virote”! Aproveitem-no!

O modelo de comemorações do mês da juventude tem evoluído mesmo apenas nestes quatro anos. Continuamos e teremos de continuar a dedicar este mês aos jovens, sem que isso sirva, porque não serve, de desculpa para não lhes dedicarmos tudo o que podemos ao longo do ano, ao longo dos anos. Dir-nos-ão que poderemos fazer mais e, sim, é verdade que o poderemos sempre ir fazendo. Aliás, poderemos sempre ir fazendo melhor em detrimento do apenas fazer mais, também sem desculpas para que isso se esconda atrás de um menor empenho. Estou, estamos, e continuaremos a estar empenhados e empenhadas em pensar, propor e agir em prol dos jovens e com os jovens. Não em vez dos jovens.

Muito para além das propostas de convívio e lazer que têm lugar neste mês, onde as atividades desportivas e culturais se destacam, mas em que o emprego e a formação ou o empreendedorismo e os comportamentos saudáveis e sustentáveis também marcam presença, atuamos quotidianamente em áreas como a da intergeracionalidade (lembro os «Laços para a Vida»), da formação e da mobilidade (falo dos «Jovens Embaixadores»), do apoio ao estudo (o «estudarmaisfácil» e o «Banco de Manuais Escolares») ou do voluntariado (programa VJovem). Para já não falar do apoio, forçosamente discreto, na ação social ou na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.

Neste ano europeu dos cidadãos uma palavra muito especial às associações de cidadãos, sejam elas de caráter desportivo, cultural, social, partidário. Todas e cada uma reúnem de forma organizada e programática um conjunto de cidadãos que, pela força da união, conseguem estabelecer com as instituições e entre si diálogos de cooperação que só poderão beneficiar os próprios cidadãos e participar, assim, na coesão do tecido social.

Dizia-vos que o modelo de programação do mês da juventude tem variado. Lembro-me de termos trazido a 26 de março de 2011 os Expensive Soul à Arena. Foi o primeiro concerto do tour deles. Foi o último concerto para o qual conseguimos assegurar cachet. Desde então, Évora tem tido, noutros moldes, alguns eventos do género. Ao município tem cabido criar as condições possíveis para que continuem a acontecer. Como temos tido a abertura para colaborar, não sem imensos constrangimentos de vária ordem, com as associações que, como poderão experimentar ao longo do mês, nos propõem e propõem aos cidadãos em geral atividades tão plurais. A melhor maneira de o reconhecer é participar nelas, porque elas são feitas para todos. Do mais central centro histórico (perdoem-me o pleonasmo) à mais afastada e pequenina Boa Fé, passando pela ativíssima Giesteira, mas também pela Azaruja, Nossa Senhora de Machede ou Guadalupe, o território não é só uma paisagem é um lugar de vida e festa que, neste mês, vos convida a lá irem. Da mais visível (e audível) AAUÉ à mais discreta associação juvenil, temos demonstrado a nossa disponibilidade em ajudá-las e em promover o relacionamento e a cooperação entre si. Este ano temos até a participação, num evento, de uma associação de pais e encarregados de educação de uma escola secundária. Espero que seja a primeira de outras que venham também a participar em edições futuras.

É um programa longo, variado, de que só se poderá usufruir dando destaque não só ao mês por inteiro, mas a todas e cada uma das atividades. E conto não só com a comunicação municipal, como com a comunicação social e com cada um de vós. Um programa longo é como um discurso ao estilo “espada do D. Afonso Henriques, longa e chata”! Tem de se ter atenção ao que dizem mesmo as palavras e tem por isso, relativamente ao mês da juventude, que se dar atenção e destacar várias vezes cada um dos eventos que o compõem (é por isso, e voltando ao meu discurso, que o vou publicar na íntegra, quanto mais não seja no meu “mural”!).  

Queria também dizer-vos que o Conselho Municipal de Juventude de Évora, o CMJE, um dos órgãos a que tenho por delegação do Sr. Presidente a honra e uma enorme satisfação em presidir, tem sido chamado a participar, em vários momentos da vida do município, dentro das competências que lhe estão atribuídas por lei. E, da nossa parte, dentro também das nossas competências, temos feito todos os possíveis para que este órgão de consulta funcione enquanto tal.

Os encontros de Conselhos Municipais de Juventude, CMJ’s, evento inédito em Portugal, que teve em 2009 uma edição zero, em 2011 a 1ª edição e esta agora, é bem demonstrativo do nosso, da Câmara Municipal de Évora e do CMJE, em dar aos CMJ’s a importância que nós próprios lhes atribuímos. Nele estarão presentes representantes dos CMJ’s, bem como autarcas e/ou técnicos de todo o país cujos conselhos se encontrem em fase de implementação. Foram também convidados responsáveis por políticas, centrais, regionais e locais, de juventude. Temos como objetivo principal a partilha de experiências e a discussão sobre as maiores dificuldades com que estas importantes estruturas juvenis se debatem em termos de efetuação e desenvolvimento. Trataremos, este ano, dois assuntos concretamente: a diversidade ou as divergências de políticas da (de ou para a) juventude; e os próprios CMJ’s como lugares de construção de uma cidadania ativa, com oportunidades e limitações que importa diagnosticar e debater.

Os membros do CMJE sabem, julgo eu, o meu e o nosso empenho em que aprendamos uns com os outros a melhorar a nossa participação e colaboração no “governo da cidade”. Aliás, eles e elas devem já sentir a dificuldade em tornar efetivo isto da representação e da participação ativa. Não lhes deve ser fácil fazer com que todos os membros da associação que representam naquele órgão tenham o mesmo nível de participação na associação, para já não falar no facto de se terem apercebido da dificuldade em terem condições de realizar atividades, logo à partida, idênticas associações com constituições tão díspares. Mas no CMJE uma associação é um voto, e os “tempos de antena” não se medem aos palmos.  

 Não poderia terminar esta intervenção de abertura do mês da juventude sem uma outra palavra especial de agradecimento. Primeiro às “estrelas” musicais deste fim de tarde, este ano os Seistetos – já sei que com grande pena da Tuna, mas isto tem de calhar a todos! – a quem teremos oportunidade de agradecer todos quando atuarem.  Depois, à Lúcia Antunes, cuja exposição de ilustração científica inauguraremos a seguir. Ainda aos participantes da exposição «Património e Juventude», a outra exposição que abre hoje e que antecede a escolha do trabalho que será indicado por Évora no âmbito de um concurso mundial da Organização das Cidades Património Mundial (o vencedor da finalíssima estará presente ainda este ano em Oaxaca no México por ocasião do congresso desta organização). Também ao Centro Europe Direct do Alto Alentejo a exposição «Smiling Europe». Finalmente, e porque o mês da juventude tem uma imagem diferente todos os anos, que vai a concurso e é escolhida pelo CMJE, aos 21 concorrentes à «Imagem gráfica do mês da juventude» dou os meus/nossos parabéns e agradeço a participação.

Antes de procedermos à entrega de certificados e prémio ao vencedor da “imagem gráfica” deixem-me desejar-vos, a todos e a todas, um ótimo mês da juventude. Vamos encontrar-nos por aí. Muito obrigada!»