9.7.19

Verão às listas

Esta é a última crónica da série 2018-19, antes da pausa para férias de Verão. Fico satisfeita por não ter falhado uma única vez este compromisso que assumi com a Rádio Diana. Nem nesta, nem noutra época. Estou agradecida à Rádio pela oportunidade de tornar pública a minha opinião sobre assuntos variados dos dias que correm, e sabe-me bem cumprir e “ficar de bem comigo” também. Ainda que esteja consciente de que nem sempre o resultado do esforço que ponho em cada uma das crónicas seja reflexo exacto desse esforço. Enfim, até quando fazemos autoavaliações, sobretudo quando fazemos autoavaliações, há que nem embandeirar em arco, nem nos armarmos com falsas modéstias. É que é um gosto que “me sai do pêlo”!…

Feito o intróito pessoal e intransmissível, resta adivinhar alguns acontecimentos que não leremos, ouvintes e eu, juntos, já que o regresso será só depois das eleições legislativas.

Haverá acontecimentos que monopolizem horas e horas de informação repetida até à náusea, acompanhadas de horas a fio de comentários gravitando em torno dos mesmos? E desse, ou desses acontecimentos, haverá lugar às chamadas “leituras políticas” que têm muito mais de leitura partidária do que de leitura sobre as opções possíveis nas circunstâncias? E os candidatos a deputados pelos diferentes círculos eleitorais, que entretanto serão conhecidos, terão a oportunidade de intervir e ser ouvidos nos diferentes lugares por que concorrem? Se assim fosse, podiam ir provando aos eleitores, logo pelo discurso, que merecem a aposta que os respectivos Partidos fizeram ao escolhê-los para as listas. É que serão esses os verdadeiros representantes dos eleitores na Assembleia da República, o lugar de onde, ficou finalmente provado, sai e é fortemente controlado o Governo que se segue. O PSD, que está a causar sensação nesta matéria, bem sabe o que lhe custou aquela luta entre os ocupantes da sua bancada parlamentar e o próprio Partido. Desde a inexpressiva votação do líder de bancada às falsas presenças, aquilo foi um inferno.

Veremos, então, se as listas que se apresentarem nos diferentes Partidos, normalmente captados de raspão pelas rádios e televisões nacionais atrás dos candidatos a PMs, é de gente que consegue demonstrar que sabe o que faz. Ou se serão só elementos de um cenário, como os das barracas das praias tradicionais portuguesas, que, como sabemos, são às listas. Isto é, têm um padrão designado normalmente por um sinónimo da expressão mais conhecida, “às riscas”.