16.4.19

Os incrédulos

A Páscoa é a Festa judaico-cristã. Para os crentes não há festa como esta. É nela que se celebra a vida depois da morte. Haverá lá coisa mais reconfortante do que saber que se permanece vivo no fim da história e que o “foram felizes para sempre” afinal não é a fingir! Apesar destas certezas em algumas pessoas não afastarem medos, nem demoverem vontades de deixar nesta vida o que não podem levar para a próxima. Mas adiante, porque estes desconfortos são de quem procura uma ordem fora do coração e alojada apenas nos neurónios, o que não dá grande ambiente quando se convive com gente de quem se gosta e de coração e neurónios no sítio e a funcionar bem.

Há estas coisas da Religião que trazem a alegria a muitos e depois há também as coisas da Ciência que se agarram àqueles que, por definição, têm sempre poucas certezas e vivem cheios de dúvidas, à procura de provas. Às vezes, mais raras, convivem estas duas personae em espíritos abençoados que conseguem, de forma sublime na minha quase invejosa opinião, ir conciliando o mistério da Fé e a inquietação da Ciência. Uma felicidade que, talvez nos menos crentes em mistérios e mais ansiosos em poderem descansar perante a incerteza da Ciência, se consegue quando acontecem coisas como a primeira fotografia de um buraco negro. E assim como os incrédulos de Fé tendem a fazer chacota com as certezas dos crentes, assim também os houve quem, de espírito habituado à paródia, tratou logo de, no ambiente certo para isso, fazer piadas com fotografias semelhantes em lugares mais banais do que lá no meio do Universo.

O que não tem piada nenhuma, e é até um bocado triste, foi a notícia daquele bando de “cientoligiosos” que se puseram a caminh0 do Pólo Norte para provarem que a Terra não é redonda. Mas a eles também, como aos meus ouvintes, eu desejo uma boa Páscoa! Pode ser que lhes passe...