Suponho que é quando tudo se torna
mais difícil que nos procuramos uns aos outros. As redes são, por isso, formas
de organização que congregam esforços evitando desperdícios, quer de energia
humana quer de recursos materiais. As redes podem ser de pessoas, instituições,
lugares ou atividades congéneres. Acontecem entre elementos que, com determinadas
afinidades, é através de uma estrutura em que se cruzam interesses comuns que
criam laços de cooperação. Por vezes com laços mais fortes entre uns do que
entre outros, outras vezes com certos laços segurando como vigas e pilares
todos os outros mais frágeis. E quando uma rede chega ao fim isso acontece
normalmente porque morre pelo menos uma parte de cada um, da maioria ou até da totalidade
dos nós que a compõem.
Networking é a
palavra em inglês que se aplica à capacidade de estabelecer uma rede de
contactos ou uma ligação com alguma instituição ou com alguém. É uma palavra
também relacionada, mais uma vez, com o contexto empresarial e indica uma
atitude de procura de contactos e parceiros para fazer progredir as pessoas e
as instituições ou as empresas. Apesar de poder ser confundida por muitos com o
vulgar e rasteirinho carreirismo, a networking
não é uma atividade egoísta, em que alguém se quer aproveitar de outrem para o
seu próprio bem. Deve existir, como dizia, um sentido de reciprocidade e o
benefício deve ser mútuo, já que todos aprendemos sempre alguma coisa uns com
os outros.
Muitas vezes também a confusão entre
ambição e carreirismo aparece ligada à networking
porque quanto melhor for a capacidade de alguém ou alguma instituição criar
essas redes e mantê-las, dando de si e sabendo receber dos outros, maior é a sua
probabilidade de se ser escolhido, e até indicado, para um cargo quando surge a
oportunidade. É assim que algumas cidades, universidades ou associações de
vária índole conseguem, por exemplo, liderar redes de, respetivamente, cidades,
universidades ou associações que se juntam por terem determinadas
características, objetivos ou missões em comum.
Praticar e promover a networking, ou rede de contactos e
conhecimentos ou trabalho em comum, também não é usar o expediente da cunha,
pouco recomendável em qualquer sociedade justa, porque a competência de quem
participa numa determinada rede não está em causa. O que se procura é antes o
conhecimento e reconhecimento de características e capacidades que essas
instituições ou indivíduos têm e que, quando consultadas, podem avaliar, dar
uma referência ou fazer uma indicação.
Afinal, o networking é o que começamos a ensinar
às nossas crianças quando cuidamos da sua socialização e lhes mostramos o lado
bom do relacionamento quer entre pares, quer com os outros que, estando há mais
tempo ou conhecendo melhor este ou aquele assunto ou mundo, lhes possibilitam a
escolha de crescer seguindo por caminhos que ou serão afins se houver
afinidades, ou serão diferentes se houver incompatibilidades.