13.3.14

Assuntos de Câmara III

Ata de 26 de fevereiro
«O Senhor Presidente referiu que este assunto o tem ocupado quase desde o primeiro dia do mandato, mencionou até que no dia da tomada de posse recebeu uma informação de que o Inalentejo se preparava para cortar o financiamento à obra da Escola André de Resende, dando como justificação que a Câmara não tinha apresentado a documentação exigida. Após verificação de toda a documentação concluíram que o documento em falta era do Ministério do Educação relativamente à inscrição orçamental da verba de contrapartida nacional para a obra em questão. Neste contexto, contactaram o Ministério da Educação, o que não foi fácil, e conseguiram apurar que estava pendente de uma informação do Senhor Secretário de Estado do Tesouro, no entanto em conversa com o Senhor Secretário de Estado concluíram que o mesmo não tinha conhecimento do documento, no entanto foi a partir desta conversa que desbloquearam o assunto e conseguiram que o documento fosse enviado, chegando ainda a tempo de reverterem a situação junto do Inalentejo e assim obtiveram o financiamento para a obra da Escola André de Resende. Informou também, que já foi feita a consignação da obra, mas aquela obra tem alguns problemas nomeadamente o facto de abranger apenas uma parte da Escola e deixa de lado dois pavilhões que têm a cobertura em amianto e seria o momento ideal para resolver este problema. Estão também excluídos desta obra os arranjos exteriores, bem como um conjunto de outras situações que ainda estão a fazer o apuramento global da situação. É evidente que irá existir uma intervenção grande na Escola, mas não resolverá todos os problemas sendo o mais substancial o do amianto. Vão tentar encontrar soluções para tentar resolver esta área que não é abrangida, constituindo uma equipa interna multidisciplinar para acompanhar a obra e ainda irão fazer uma apresentação na Escola, não apenas para a população escolar, mas também aos moradores envolventes, para articularem de uma forma mais próxima junto das pessoas envolvidas nesta situação.

Nos outros pavilhões, onde também há amianto, têm estado a fazer a programação da obra, para que o amianto seja retirado nos momentos em que não há atividades escolares, eventualmente nas férias da Páscoa e do Verão. Posteriormente, e à medida que esta situação seja resolvida irão dando informações à Câmara.»

Notícia de 6 de março:
«As obras de requalificação da Escola Básica 2,3 André de Resende, em Évora, que deverão arrancar nas próximas semanas, não incluem a remoção das coberturas de placas de fibrocimento de dois pavilhões.
A informação foi avançada pelo presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, que se mostra surpreendido por o projeto de requalificação do estabelecimento de ensino, elaborado pela anterior gestão municipal socialista, “não contemplar toda a escola, mas apenas uma parte”.
“Os dois pavilhões que não vão ser intervencionados têm [placas de] fibrocimento e não vai ser possível ainda nesta obra resolver esse problema”, lamenta.
De acordo com o autarca, a remoção do fibrocimento, devido ao perigo do amianto, “já não é possível” durante esta obra, porque “está adjudicada e o financiamento está garantido”.
Carlos Pinto de Sá adianta que há mais três escolas no concelho que têm placas de fibocimento, pelo que propõe que se utilizem fundos comunitários para “resolver este problema que é de saúde pública”.»

Declaração na reunião de 12 de março:

Então, face ao exposto, e relativamente a essas declarações do Sr. Presidente da CME à comunicação social sobre a não remoção das placas de fibrocimento nas obras da Escola André de Resende, importa esclarecer:
1.      As obras nesta escola só se vão realizar porque o executivo municipal socialista, ao assinar o contrato de execução de transferência de competências em educação em 2008, acordou que apenas receberia a propriedade daquela escola após intervenção profunda na mesma, o que não aconteceu nunca nos mais de 30 anos de existência da escola André de Resende, dando início a todo o processo de definição de financiamento da obra; o atraso na reta final, prontos que estavam os projetos de arquitetura e engenharia, aconteceram por demora de apresentação junto do InAlentejo de documentação comprovando a contrapartida financeira nacional, da responsabilidade do Ministério da Educação;
2.      O projeto da escola foi feito dentro do orçamento disponível e contemplava, inicialmente, a construção de novos edifícios e a demolição de todos os edifícios que a compõem, à exceção do pavilhão gimnodesportivo que tinha recebido uma recente remodelação profunda; mais se informa que o orçamento já não poderia incluir um projeto de arquitetura paisagista dentro do recinto da escola, mas que quer a CME, quer a direção da escola, como também o corpo docente e os encarregados de educação, acordaram que esses arranjos dos espaços verdes seriam feitos no âmbito de um projeto educativo alargado de participação plural, no final da obra;
3.      A decisão de se manterem os dois pavilhões em causa nas afirmações veiculadas na comunicação social foi da direção da escola e da então direção regional de educação, justificando-se com o facto de terem sido feitas intervenções recentes, nomeadamente a nível de laboratórios, nestes dois pavilhões, estando pois certificados para que continuassem a ser utilizados; a decisão não foi, por isso e ao contrário do que terá afirmado o Sr. Presidente, unilateral da CME mas de quem detinha, e detém ainda até à conclusão da obra, a responsabilidade de gestão daquele estabelecimento escolar;
4.      Finalmente, estas afirmações, ambíguas, pouco esclarecedoras e aproveitando a mediatização do assunto do amianto em edifícios públicos, proferidas no início de uma obra que vai necessitar de um forte empenho de toda a comunidade escolar alargada (direção da escola, docentes, pessoal não-docente, encarregados de educação, DGest, Ministério da Educação e CME), só as entendemos, na forma como transparece na comunicação social como uma manobra oportuna de menorizar o legado que o executivo comunista recebeu do investimento feito em educação no concelho de Évora, pelo executivo socialista de 12 anos, mesmo que os resultados previsivelmente venham a ser percetíveis apenas agora, para alguns cidadãos.