13.8.13

Crónica-parágrafo estio 2013

Trabalhar durante todo o verão não é comum, pelo menos para os funcionários públicos como eu. Não tem sido má experiência. Ver-se chegar uns e saírem outros, muitos “tisnadinhos pelo astro rei” como é próprio da época, ficando uns a assegurar algum trabalho de outros. Sendo só o presidente Manuel Melgão e eu à frente da Câmara Municipal, tendo a estrutura dos serviços sofrido recentes alterações, não nos parecia normal tirarmos férias e não o fizemos. O ritmo é outro, a bem dizer. Mas presidente ou vereadora sempre que sai à rua no seu concelho está forçosamente ao serviço, digo eu. Mesmo quando se encontram velhos amigos e se dão dois dedos de conversa há sempre uma ou outra questão de que se fala. É natural e ainda bem que acontece. É bom explicar as coisas sem ruídos pelo meio… E, depois, a vida flui sem férias. Partem uns definitivamente cedo de mais. Ficam outros, à mercê da evolução da ciência, a viver até ao fim de uma vida que já não reconhecem. Ainda me prometeram uma chuva de estrelas (e não foram políticos!), mas apenas usei o tempo da promessa para olhar aqueles pontinhos de luz, quase fixos, e pensar na imensidão do mundo e na pequenez do Homem, na riqueza da vida e de como tantas vezes a desperdiçamos.