Sempre fiz parte ativa das diferentes comunidades educativas por onde passaram os meus filhos, através das diferentes associações de pais e encarregados de educação, até quando na creche e jardim-de-infância tal associação não existia mas onde era hábito os pais fazerem parte de direções e restantes corpos sociais. E tenho ainda reunido, nos últimos quase três anos com vários representantes destas associações que mostram, em meu entender, um cada vez maior envolvimento dos pais na vida escolar dos seus filhos. Um evidente progresso de abertura da escola aos pais, e do inverso também.
Tenho tido, por isso, oportunidade de olhar de um outro ponto de vista para estas associações. É que tratando-se de membros de associações por períodos de tempo relativamente curtos, é natural que também queiram ver os problemas que encontram resolvidos o mais depressa possível, em tempo útil, para que os seus educandos sejam ainda beneficiados. É que, como diz o provérbio, «pai com frio, filho com cobertor». E é com imenso gosto que me tenho apercebido de que também muitas das posturas de exigência de direitos estão a ser substituídas por vontades expressas de participação, de ajuda, de forma absolutamente voluntária.
Este voluntariado na comunidade escolar cria uma coabitação a meu ver saudável, um verdadeiro convívio intergeracional e espelha uma consciência de parentalidade que passa para as mãos destas associações o papel de autênticas «escolas de pais» informais, espécie de nova oportunidade para partilhar competências que sendo obviamente individuais serão sempre validadas por práticas comuns e de sucesso provável. É que as crianças, pelo menos até aquela idade da adolescência em que ao “adolescerem” os jovens já se acham mais adultos do que crianças, gostam de ver os pais envolvidos na sua vida escolar, sem ser apenas para ouvir queixas de maus comportamentos ou outras más notícias.